25 de mai. de 2004

De volta

Isto ainda está aqui, que surpresa! Havia esquecido a senha. Na verdade eu havia esquecido que tinha começado um desses weblogs. Então hoje acordei às 19 horas com uma palavra esdrúxula na cabeça. Não sabia o que era. Fui alimentar a iguana e a palavra não me saía da cabeça. Passei horas me divertindo experimentando várias pronúncias para ela. Peguei o violão e fui para o banheiro, onde fiquei até agora cantando a palavra sobre uma série de acordes. Até que me veio a lembrança: a tal palavra era a senha do meu diário virtual. Como resultado, aqui estou novamente.
Não me apetece contar nada agora. Ainda preciso ver como está Johnny Alf, o morcego, e dar-lhe umas goiabas. Estava pensando em ligar para o Tom, mas aí me lembrei da morte dele há dez anos. Melhor não ligar, ele não vai atender e eu vou ficar chateado.
Mas por falar em telefonemas, ontem aconteceu algo muito engraçado. O Chico Buarque me ligou para passar seu novo número de telefone. Deve ser a quinta vez que ele muda de número em um ano.
– Mas de novo, Chico?
– Não dá, João, não dá!
– A mesma coisa ainda?
– É! O cara liga e fica falando "AAAAAAAAAAAH-uuuuuuuuuuuuh. AAAAAAAAAAAH-uuuuuuuuuuuuh.". A gente desliga, dois minutos depois ele liga de novo. E não entendo como é que ele sempre acaba descobrindo o número quando eu troco de telefone.
– É...
– Pior é que esse telefone é daqui do escritório. É aqui que eu escrevo, que eu componho. Depois ficam me perguntando por que eu demoro para lançar coisas novas. Não dá pra trabalhar assim!
– É...
– Bom, é isso, João. Anotou o número aí?
– Anotei.
– Então depois a gente conversa melhor. Tenho que avisar um monte de gente ainda.
– Tudo bem. Abraço, Chico.
– Abraço.
Coitado do Chico. Deve ser um inferno mesmo. Vou dar a ele uma semana de folga. Depois começo a ligar de novo. E talvez eu troque o "AAAAAAAAAAAH-uuuuuuuuuuuuh" por algo mais animado.